Somos patéticos

Soaroir

16/10/09

Choramos a vida inteira e quando paramos

(esquecemos)

Levamos uma tarja preta: esquizofrênicos

Na melhor das hipóteses – "ah, ela é poeta"

Quando não disfarçamos mais a cor da idade

nos cabelos, nas idéias e salões antiestéticos

Com as tintas frescas do consumismo

Ou com aventais todos sujos de ovo

Ou com as amarguezas, antes estampadas na face

Marcando o semblante com lástimas desfiadas

Como se rosários bentos por santos papas...

A angústia é morta e o pesar velhaco está desarmado

Pelo vibrante descompromisso do poeta – ou louco

Que da memória do DNA resgata a liberdade

De só, diante das lembranças...

Só rir!

Exceto do remorso, que é lembrança eterna.