A SERPENTE

Enrolou o rabo de ponta tesa
cuspindo veneno na grama de orvalho fresco.
Na madrugada enluarada
cheirou  escamas espalhadas
à sua volta.
Ainda tentou arrastar-se até sua presa
que roncava,
mas adormeu na terra revirada
suspirando sibilos e sustenidos
desafinados.

Estava apaixonada.