FALO-TE , 

poeira de cimento cru,
em busca da água cristalina
da palavra
que se esconde
em pesadas massas negras,
dos  rios de lágrimas,
quiçá contaminadas
pela urgência
que escorre 
no ralo do meu Ser.

Falo-te
do meu falar cansado de esperar por esse teu  abraço
esse que dispensas a outros braços
e a mim,
somente a mim,
nunca vem abraçar.


Falo-te
da angústia que é viver distante de mim mesma
quando em sonhos me ponho a sonhar
com o que não chega.
Nem vai chegar.

Quem se importa ?