CONFISSÕES DE UM VIRALATA  

Dos mares tingidos de azul,
em cores de fantasias pintadas,
nada espero.

Quero morar na areia rústica e palpável às minhas mãos
grossas
por insistir em  carícias ao mundo áspero
que sonhos secos calejam em blocos de cimento
e por onde esses tormentos passam.

Volta à boca ácida,
espuma encardida por falácias que nada dizem
a não ser repetirem-se em minhas areias macias e alvas.
Não me toquem essas ondas falsas
que levam e trazem os restos
que nem mesmo às pedras
o gosto satisfaz.

Quero meu peito sem a coleira de aço que aperta minha palavra,
e se nada houver nos manguezais
que possa me matar a fome,
que eu possa sucumbir, enfim.
Longe, porém, da hipocrisia
que enche a cabeça de elogios o  homem,
pois esses vazios ,
juro,
não quero mais.