Poema Flutuante

O sol arde no asfalto,arde em minha cabeça

Com todos os gases moléculas artificiais da atmosfera

E que atmosfera meu deus!

Todos os sentimentos industrializados que se dissipam pela fumaça

Minhas ideologias criadas em três instantes pra sumirem antes de se tornarem utopias

Conversemos,pois eu não tenho nada a dizer

O sol arde,o caminho arde em poeira

Entra nos olhos e me cega

Nunca me importei mesmo em enxergar

Não vejo mais motivo nem razão,apenas canto

Cantemos,pois a música não te explicação

Sigo assim,escrevendo qualquer coisa

Quero um poema que embale o meu sono,apenas isso

Sem inicio nem sentido

Cansei de poemas de vida e de morte

Eu quero algo que reflita como a vida reflete

Com inicio que não são inícios

E sem lógica nenhuma

Quero a poesia flutuante que me carrega em seus braços

A mágica das palavras sem concordância ou coesão

Apenas palavras soltas feito um livro aberto

Escrever é ilógico

Viver é irracional

Deitemos,pensar na vida é inútil

Ela apenas se articula em nossas veias e se desfaz sem sentindo pela poeira

Carregada pelo vento que segue e se mistura com as palavras que eu apenas me lembro

E que vão ecoando..ecoando..ecoando e se dissipam pra nunca mais serem lembradas

Mas o vento continuará seguindo