DISFARCE

Vingo-me do Tempo que se vai deixando marcas
e rabisco fantasias em todos os muros da rua onde moro.
E quando o Tempo me pergunta
se das fantasias que invento acho graça,
respondo que não sei ... e assim o Tempo passa
enquanto tento passar pelo Tempo,
esquecendo mágoas,
rindo das marcas.
Mas atrás do muro
balançando tintas,
respiro fundo
e do disfarce
em silêncio
choro.