A deriva

Sou barco a deriva, sem porto a chegar

Navio sem rumo, sem bussola navegante

Metade de um tudo perdido ao mar

Bem longe da costa, no oceano distante

Sou barco a deriva, posto navegante

Em tempestade, submisso a tragédia

Navego submerso, o barco ofegante

Sentindo na solidão, sua forma mais gélida

Sou barco solitário, em plena deriva

Na solidão de um porto, ponto de partida

Sou a garça triste, na beira do cais

Que solitária despede do navio que para longe vai

Sou barco parado, em calmaria

Em um ponto do mar a espera da brisa

Para quem sabe um dia

Chegar ao porto da minha vida