ESCREVO EM VERSOS

ESCREVO EM VERSOS

Escrevo em versos,

Em prosas constantes,

De formas diversas,

De perto ou distante.

Escrevo contente,

Rápido, triste ou simplesmente,

Amando.

Escrevo bem certo,

Errado, talvez,

Mas , sempre , sempre e nunca,

Talvez.

Escrevo corrente,

As línguas de todos ,

Escrevo sempre ,

De dia ou de noite.

Escrevo de mim ,

Do mundo a fio,

Do que vejo e senti,

Do que vi e não ouvi,

Do que ouço e não vejo,

Do que me contenta ,

Às vezes.

Escrevo rápido,

Trechos imensos,

Destroco as linhas ,

Que borro adiante.

Nem sei se me presto

A escrever elegante.

Só sei que escrevo e

Penso adiante.

Penso corrente,

Escrevo sem trégua

E podem estar certos,

Dona não sou.

Não me pertencem as palavras

E quem quiser ,

Se algum dia ,

Delas se afeiçoar

Podem retirar ,

Palavras inteiras,

Letras somente,

Linhas menores

Ou linhas maiores.

Se quiser nomeá-las,

Títulos lhe dar ,

Feliz , com certeza,

Irei ficar.

Podem até trocar,

Troçar,

Trocar as letras de lugar,

Até as palavras,

EU NEM VOU LIGAR.

Nem me pertencem ,

Eu sei , com certeza.

Ideias doidas, ~

Varridas de banda,

Também podem trocar,

Também podem trocar,

Eu não ligo,

Jamais vou ligar.

Trechos inteiros,

Podem até servir,

Quem sabe ,

Para cantiga de ninar.

Podem fazer verso,

Até escrever o adverso,

Eu também não vou ligar.

Por que eu escrevo,

Sem parar,

Trechos inteiros

De pessoas que vejo

E sinto seus cheiros,

De pessoas danadas que fogem

De lá para cá e

Eu não lhes conheço o lugar.

Escrevo de mim que me vejo

Pronta para caminhar

Ou quando prevejo que

O melhor é parar.

Escrevo do sol,

Da lua ,

E vejam , de mim não reclamam,

Quando tento copiar.

Tento e não consigo

Copiar o frescor que vem do luar ,

Entender a posição das estrelas,

O calor que vem dos céus.

E , mesmo assim,

Ainda acho que muitos,

Muitos poderão me copiar.

Dar nomes e sobrenomes às ideias ao léo,

que escrevo , só para tapear.

Para tapear o sono,

Melhor que o chá,

Tapear a dor,

Melhor que chorar.

Assim, vou escrevendo,

Quase sem parar,

Em linhas tortas, menina ,

Em linhas retas, demais.

Tenho tanto a escrever

Que nem sei se vai dar ,

Tempo é curto

E linhas não haverão.

Então começarei vida nova,

Vida a copiar ,

Talvez de mim mesma , será?

Therezinha Henriques
Enviado por Therezinha Henriques em 30/09/2009
Reeditado em 10/12/2022
Código do texto: T1841000
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