O URBANÓFILO - 8
A metrópole das quatro e meia da manhã
diz calada que pode mudar.
A metrópole do meio dia
reduz à fome toda euforia, toda alegria.
Não para poucos ponteiros,
a metrópole sempre marca meio dia.
E o tempo passa e o passatempo
é lembrar o que esquecia.
Naquele dia eu o vi no ônibus,
quis saber da sua vida.
Parece tão humano quanto eu
de que cor gosta? onde nasceu?
Se eu soubesse mesmo como ir...
Que ônibus devo pegar?
Olha, vá duas quadras, quando me vir,
acene que lhe digo tudo.
Tão atônito. Logo mudo, tudo!
E a metrópole acorda lenta...
Assim como o início da marcha
de qualquer locomotiva muito grande.