O URBANÓFILO - 7
Como passa você,
moça de óculos escuros?
Passa assim correndo,
flanqueando os muros,
batendo perna
Sei que não tem direção
Anda de um lado a outro
procurando explicação,
na sabedoria de um suposto
poço de paixão.
Lhe emolduram a caminhada
hotéis falidos, a calçada,
os pavimentos, o asfalto;
um muro rugoso, branco
com pichação viva.
Não some de madrugada.
nem espera que me apronte.
Está dentro da minha casa
na janela! no horizonte!
num outdoor onipresente.
É quente, pois me aquece
É fria, pois me esquece!
De prata, conduz
energia que me torna a luz
que lhe ofusca e apetece.