SELO DO AVESSO
É selar no avesso este novo tempo
Deixar o espelho refletir
Tanta saudade acumulada
No rol dos fiapos de lembranças
Que arrasta pedaços doridos.
Guardado no cofre de menina
Ausente de néctar flores
Entenda este amor adormecido
Enraizado na terra macia
Raízes do passado deixado.
Do corpo não verás paixão
Talvez sobras estendidas
Nas paralelas abandonadas
Senão entra o desencanto
Do dia que oscila nesta mirada.
Percebes que estou a te esperar
Quiseste não ver sentir
O voar das borboletas
Vacilas esquivas silencias
Aos apelos da alma dançante.
Cravado de esmeraldas
Lanço ilusões nos madrigais
Nos anelos de meus ais
Sem reticências singelo namoro
A brisa da alegria é melodias.
A fonte fazendo rendas
Na janela tece teias de poesia
Nesta era frenética há fome
Tudo por uma fantasia
Aqui estive todos os dias.
Do início ao fim relembro
Essência tatuada neste selo do avesso.
Iara pacini