mona errante - jade
mona errante - jade
quisera ser vagabunda
andar nas madrugadas
pelas ruas pouco iluminadas
do Recife Antigo
copo de cachaça na mão
pão com manteiga na outra
conversar com alguém imaginário
rir de nossas conversas
parar no meio da avenida
gritar vários palavrões
sentar na calçada
e cantar
até que a dor nas pernas
cesse
e do torpor dos sentidos
se aticem com o vento
gélido da noite
uma vagabunda sem hora
de respeito, em prol da liberdade
de expressão
lutando pelo sentido da vida
uma vagabunda sem preconceitos
que venham os críticos
os cínicos
os políticos
os palhaços
os patifes
todos merecem o papo da
mona errante
com sua língua solta
livre, leve e solta ativa
dobrando gargalhadas
no gargalo
olhos acesos
com o fogo alcoólico
face suada, rosada, serena ...
já se despedindo da farra
para tomar lugar no seu vazio
reservado fora do imóvel.