TERNA FIGURA
                                     
Tua alegria,
muitas vezes aparente,
passava para toda gente
uma forma lúdica bem diversa
de jogar o jogo cênico da vida.
E com teu jeito atraente,
sem nenhuma vaidade,
a todos oferecias
um sentimento grátis de felicidade.

Mas eu cresci.
E tu te foste...

Surgiram então
desalentos e decepções,
deixando em mim amargas desilusões.

Embaciados, já não riem mais meus olhos,
agora parados e transfigurados.

Tua ausência deixou um enorme pesar
no vazio sem consistência
de minha existência.

De tua figura, restou a saudade;
mas, com enorme ternura,
ficou para sempre gravado,
de teu rosto,
um indelével traço,
ó meu querido palhaço!

                                                                        (Poema livre)
                                           

Alda Corrêa Mendes Moreira
Enviado por Alda Corrêa Mendes Moreira em 23/06/2006
Reeditado em 03/12/2008
Código do texto: T181222