A TARDE

Espero a tarde
Ouço seus passos lentos
Ela vem marcada pelo giro da terra
Cronometrada pelo ponteiro do relógio.

Ela chega tímida.
Para viver seus poucos momentos
De sublime mistério
Entre o sol e a linha do horizonte

Logo a noite a devora
Num apetite audacioso
Numa orgia voluptuosa
Em tragos de aventuras.

A noite é sedenta de boemia
Seqüestra as mentes e sonhos mais íntimos
Sobrepõe-se a todos os ciclos do dia
Mas a tarde possui a beleza eterna.

Eterna dos últimos raios do sol
Eterna das voltas para casa
Eterna dos chás e das conversas
Eterna até que a noite a devore.
Sonia de Fátima Machado Silva
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 23/06/2006
Reeditado em 16/12/2008
Código do texto: T180970
Classificação de conteúdo: seguro