UM DIA QUALQUER, PESSOAS COMUNS
Um encontro qualquer, num dia qualquer,
pessoas comuns.
Olhos que se cruzam - ofuscam e se buscam.
Atração fatal.
No peito palpita o coração, que grita:
amor e prazer!
A razão claudica, corre a mil por hora,
o querer devora com força total.
Amor, sedução, loucura, paixão,
talvez devaneio.
Desejo, enleio, o corpo, o anseio,
êxtase que acalma.
Perdida, a alma renhida explode,
e mexe, e sacode, e lacera as entranhas,
sensações estranhas
de intenso querer.
E faz contender os doces pecados
de corpos suados
que ao toque se inflamam, se beijam e se amam
além do juizo.
Nada há de empecer tão singelo sonho:
altar, matrimônio, a lua de mel
e a noiva de véu no jardim do Éden
do seu paraiso.
A paz, o sorriso, projetos e planos,
com o passar dos anos
vão recrudescer,
por lhes confranger terríveis enganos
de perdas e danos em crises de amor.
Seus olhos se cruzam, desviam, recusam,
já não mais se usam, nem querem se ter.
Maldita estória - de amor casual -
que marca para sempre na vida de alguns
o triste final de um encontro qualquer,
num dia qualquer, de pessoas comuns.