UM DIA QUALQUER, PESSOAS COMUNS

Um encontro qualquer, num dia qualquer,

pessoas comuns.

Olhos que se cruzam - ofuscam e se buscam.

Atração fatal.

No peito palpita o coração, que grita:

amor e prazer!

A razão claudica, corre a mil por hora,

o querer devora com força total.

Amor, sedução, loucura, paixão,

talvez devaneio.

Desejo, enleio, o corpo, o anseio,

êxtase que acalma.

Perdida, a alma renhida explode,

e mexe, e sacode, e lacera as entranhas,

sensações estranhas

de intenso querer.

E faz contender os doces pecados

de corpos suados

que ao toque se inflamam, se beijam e se amam

além do juizo.

Nada há de empecer tão singelo sonho:

altar, matrimônio, a lua de mel

e a noiva de véu no jardim do Éden

do seu paraiso.

A paz, o sorriso, projetos e planos,

com o passar dos anos

vão recrudescer,

por lhes confranger terríveis enganos

de perdas e danos em crises de amor.

Seus olhos se cruzam, desviam, recusam,

já não mais se usam, nem querem se ter.

Maldita estória - de amor casual -

que marca para sempre na vida de alguns

o triste final de um encontro qualquer,

num dia qualquer, de pessoas comuns.

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 31/08/2009
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