BARCO
Esse barco que me habita
é vontade de navegar.
Sentir o vento úmido
nos poros entranhar.
Este barco que vive em mim
é desejo de sonhar;
sonhos de um verão dourado
que deixamos para trás.
Esse barco que me mora
é poesia que verte da pele,
é incontida esperança em mim,
é vontade de extravasar.
Esse barco, ora ancorado,
no cais do meu sonhar,
parece o verso inacabado
de um poema escrito ao mar.
(do livro: Sonhos de Verão)