DISFARCE
Eu sei que
nada é o que parece ser,
que tudo e todos ocultam a verdadeira face,
mesmo eu, que quero ser verdadeira...
Mas, se assim eu for, perderei
muito mais do que posso saber...
Os sinais do mundo,
os segredos das almas obscuras...
Quantos punhais em riste
me esperam na esquina
para me pegarem de jeito?
Me apunhalarão pelas costas,
atravessarão meu peito...
Então,
me visto de outras "de mim".
Quem me vê até
pensa que sou realmente assim:
sorridente, com um sol no rosto,
mas quem consegue ver a tristeza no olhar?
Ah, uso meus "óculos de doce olhar"...
E mesmo que alguém visse,
quem haveria de se importar?
Afinal, o mundo é dos espertos,
conta a lenda...
E eu, sou agora raposa astuta,
que se faz de forte e enfrenta a luta,
que se faz de frágil para morder com força,
e o que não for por amor, que seja na força bruta!