FLORES À COVA

Deita-te em teu negro céu

Sem brilho algum

E espera a chuva negra

Da nuvem branca sem água alguma

Banhar-te e lavar esse corpo perfeito

Esse corpo que será o repouso de tua morte.

Dera deus e quisera eu que fosse apenas

A alma tua que esse corpo carregaria

Às trevas do paraíso impuro!

Descansaria eu na sombra do teu céu escuro!

...Duro a vida toda para ir

Ao teu mundo sombrio!

...Duro a vida toda sem pressa alguma!

Sei que é à morte aonde queres que eu vá!

Tudo bem...de todo jeito morrerei!

Pôr tanto canto e desecanto

Portanto,

Se for pra morrer, me ponha em tua cova!