Dores do Mundo...
Nunca estive tão confuso e tão certo.
"A ficha caiu", diria minha amada esposa.
Conceitos tantos, ora um "livro aberto".
E na escura floresta, agora sou raposa.
Enterrei meus medos na soleira da porta.
Que venha a dor, a miséria e até a morte.
Sou essência da vida, nada mais importa.
O material é efêmero, não a "alma", a sorte.
Despojo-me então dos conceitos mundanos.
E entrego a este mundo ímpar o meu destino.
Que seja feita a "vontade" do Deus desumano.
E que, se possível, eu volte a ser um menino.
E, assim como meus filhos, que tudo seja puro.
Sem as dores contínuas do desejo e da inveja.
E se a ignorância feliz enfim predominar, eu juro,
Serei eternamente o que minha natureza almeja.