QUANTA SAUDADE
Ah!
Quanta saudade do amanhã
eu já não o via desde ontem
eu já não o ouvia desde ontem
ontém quando olhava com afã
ontem quando o ardor era canção
e eu dançava até o amanhã
Quanta saudade do porvir
quando disistia de disistir
e insistia em insistir
e era meu o passo a diante
quanta saudade do existir
cada lufada de ar era uma aventura
e era ternura e volupia em convulção
não tinha tempo nem direção
só intenção
quanta saudade da saudade...
talvez ainda possa gozar mais um pouco
talvez.