Devaneios sobre páginas
Conta-me segredos dos dedos,
Da boca ávida,
Das pernas suadas,
Dos corpos nunca cansados.
Da paisagem nossa, do vão
Do tempo
No trem que não chega à estação.
Conta-me sobre o cheiro,
Maresia do tempo das nuvens.
Já ganhou uma flor de nuvem?
Diga-me
Por que falas baixinho
Do que é desconhecido,
Se á noite caminhas no labirinto
Do meu coração?
Permaneço inerte a neblina.
Pela janela relampejos
Chuva fina,
Fogem pensamentos
Vem a agonia
Mais uma vez,
A história crua,
Dando vida a noite nua...