O BRILHO DE UMA ESCURIDÃO

Não sei se devo falar de estrelas,

Lua ou sol... brilham de mais:

Um brilho falso...

Ofuscam o brilho de minhas veias.

Prefiro a escuridão de meus olhos:

Não ofusca nada!

É um brilho cego,

Faz tremer meus órgãos vitais

Deixando-me morto sem brilho algum...

Aplaudo a escuridão dos mares e rios,

Que brilham por culpa de escamas

De nuvens carregadas negras águas!

O brilho do sol não é capaz de me queimar...

Irradia-me a noite.

É quando meus olhos viram zumbis

Zanzando na busca do que me durma para a eternidade

Do que me deixe radiante na sua morte em mim,

Que sou nebuloso em alma

E no inanimado de minha constelação,

Mas ofuscante em corpo, em vida,

Em passos ao caminho de teu velório!

Não viva em mim...

Vidas são falsas!

Quando morreres em mim por inteira,

Perceberei que definhamos totalmente.

Já morri faz tempo!

E foi por você,

Por causa do seu brilho fingido,

Da escuridão de seu riso hipócrita!

O brilho é covarde:

Só faz escurecer.

É uma ausência de impurezas!

Minha alma é suja,

Mas meu corpo é puro como o brilho do fogo,

Que só queima o que mata!