A vida

Venha... me siga,

Vamos correr em torno do campo da vida,

Observar este jogo de vai e vem,

De entrada e saída.

Daqui se afinam os ouvidos

E podem-se ouvir os silvos que regem de maneira universal,

Como se tudo fora uma orquestra harmônica.

A vida fala por si só,

Não empresta palavra,

E diz-me ao ouvido segredos

Com linguagem maternal do aconchego.

No entanto...

Também me reclame em seu campo

Com a autoridade de um senhorio.

Agora eu estou calado e sentado,

Chocando meu ovo,

Fazendo-o crescer e se mover.

Daqui de dentro ouço a vida me chamar,

La de fora ela canta e me encanta

Com o ludibriar de uma sereia.

-Eu vou! Eu vou?

E me levanto.

- eu já fui... Lembro-me...

E me espanto!

Do arco da porta posso ver a rua da vida,

Ensurdecido pela trilha sonora do seu clamar,

Eu me solto e me atiro do precipício,

Ainda em queda livre ela me abraça com braços traiçoeiros.

danms
Enviado por danms em 20/07/2009
Código do texto: T1709619