A vida
Venha... me siga,
Vamos correr em torno do campo da vida,
Observar este jogo de vai e vem,
De entrada e saída.
Daqui se afinam os ouvidos
E podem-se ouvir os silvos que regem de maneira universal,
Como se tudo fora uma orquestra harmônica.
A vida fala por si só,
Não empresta palavra,
E diz-me ao ouvido segredos
Com linguagem maternal do aconchego.
No entanto...
Também me reclame em seu campo
Com a autoridade de um senhorio.
Agora eu estou calado e sentado,
Chocando meu ovo,
Fazendo-o crescer e se mover.
Daqui de dentro ouço a vida me chamar,
La de fora ela canta e me encanta
Com o ludibriar de uma sereia.
-Eu vou! Eu vou?
E me levanto.
- eu já fui... Lembro-me...
E me espanto!
Do arco da porta posso ver a rua da vida,
Ensurdecido pela trilha sonora do seu clamar,
Eu me solto e me atiro do precipício,
Ainda em queda livre ela me abraça com braços traiçoeiros.