Uma breve estação
Sigo me afogando num mar de lágrimas
Em plenas ondas de inverno,
Por entre os compassos da minha mente,
Perdida num labirinto de águas gélidas de mares adjacentes,
Icebergs nas beiradas.
Alguns poucos pássaros de invernadas alçam vôo
Contra a correnteza da estação.
Cubos de gelo que bóiam como se fossem corpos florescendo da terra
Como margaridas amarelas no início da primavera ou no meio do verão.
Sombras causadas por nuvens que tapam o sol, desligando a claridade.
A luz do meu dia se vai, escondendo-se por trás dos intermináveis bambuzais.
A lua nasce no manto negro,
Com pequeninas luzes a seu lado, como se fossem delicados enfeites natalinos,
Ou faróis na beira de um cais.
Dois pequenos castiçais acesos,
Dois pequenos punhais imersos nos sais do meu corpo tenso
Devido a outros carnavais intensos.
Palavras que se juntam na folha pautada,
Formando um texto,
Com vírgulas, pontos e entrelinhas que cortam o ar como lâminas afiadas.
No final das contas, são somente algumas frases unidas e mais nada!