Terra a morada da vida
Há vida fala ao inconsciente;
O vento sussurra no ouvido,
Murmúrios de um falar quente,
De quem clama ser compreendido.
A mata acena um flamejo amarelo,
Transforma a cena de um filme belo,
Em uma situação que requer precaução,
Todos se espantam e mudam de direção.
Em toda parte, o chão dança e balança,
Como um cão incomodado com suas pulgas,
Avisa que, ate mesmo a visa, um dia cansa,
Que com a lida escrava, cria rugas.
As arvores que ainda não sofreram algum mau,
Torcem-se e se curvam ao vendaval,
Assemelha-se a quem pede atenção,
Avisando em alto e bom tom.
O silêncio das aves é o pior dos grunhidos,
Falta aos olhos, arranha a alma e dói aos ouvidos,
O silêncio da praga, que chamam de mudança,
Praga que se une ao tempo e mata a lembrança.
Até a micro-vida se une a luta para tentar mostrar,
Que a vida é que se muda, para viver no lugar,
Que o homem é só um inquilino,
E que se for preciso, a vida expulsa para se perpetuar.