Poema Qualquer

Parei o mundo pra escrever,rabisquei três frases,parei.

Eu poderia escrever sobre os sinos,

Sobre como eles revestem meus pensamentos enobrecendo-os

E como me fazem pegar no sono nas noites em que me sinto vazia

Eu queria escrever sobre os sinos,mas nunca houve igreja alguma por aqui

Os sinos viraram tambores

Poderia escrever novamente sobre o tédio

Mas já vomitei toda a ânsia que tinha deste

Já esparramei toda a cólica enquanto revirava os olhos,

A verdade é que até o tédio anda me deixando entediada ultimamente

Posso invocar deuses se quiseres :-Ó minha doce Perséfone

Posso fazer versos de amor :-Ó meu eterno amado ‘

Mas é que eu não quero

Qual é a vida que resta atrás dessas janelas?

Que vontade permanece em meu peito?

Eu saio,fico,trepo,bato ou gargalho?

E se eu não quiser ser nada disso?

E se eu simplesmente parar de escrever

e quiser me simplificar como o som dos sinos

E soar apenas por soar?

Talvez eu tivesse um sentido mais poético

Do que o que tenho nessa vida de escritora decadente