TORMENTA
E a tarde parou.
Nada se mexe
no vazio abafado.
Há uma certeza
pendente, quieta,
no fio da esperança
vã.
A bruma densa e negra
se aproxima,
sufoca.
A tormenta vai acontecer
e já é,
bem antes.
Nos olhos dela eu te vejo,
cavaleiro senhor dos clarões
incendiados.
A noite cai e as lágrimas.
Chuva torrencial
e trovões clamores
rasgam o abissal negrume.
Ciúme.
Lina Meirelles
Rio, 23.06.09