Dúvida
Dúvida.
Que fazer com meu pensar cheio de dúvidas,
que de tanto matutar, vai acabar em dor?
Dor de cabeça,
dor de vida,
dor de desencanto,
dor da dor...
E a dúvida cada vez mais duvidosa,
pesa mais que penitência.
Que fazer com esta dúvida tão pesada,
dolorida e insistente...
Um poema , eu farei!
Para que, sem a menor dúvida,
eu consiga esquecer da dúvida que me pesa .
e a ele chamerei de:
Dúvida!
Mas vou compor,
sem a menor dúvida,
para aquele que é a razão de todas as minhas dúvidas.
Pessoa duvidosa, escorregadia e escondida,
encurralado em dúvidas atrozes,
que deixam sempre em dúvida,
quem dele quer se aproximar.
Mas que chegando mais pertinho,
seu mal humor , sem dúvida,
pode-se constatar.
Mas com meu poema cheio de dúvidas
eu irei pelo menos fazer de minha dúvida ,
uma certeza poética.
Afinal, para que serve brincar de poetar,
se nem com uma dúvida podemos versar?
Sem dúvida nenhuma,
poesia faz esquecer as dúvidas,
porque...
poesia não deixa dúvida.
Na dúvida...
Faça um poema!
Augusta Melo
Rio de Janeiro
LDA 9.160