MEU ESTILO
Não conheço o meu estilo,
não o distingo no que escrevo.
Deve ter quilo e mais quilo
do que pensar não me atrevo.
Estilo riso e tormento,
pode ser duro e ser dócil,
dependendo do momento
pode ser novo ou ser fóssil.
Na força contemporânea,
na expressão do vil, do bravo,
meu estilo é a miscelânea
do sangue branco, índio, escravo.
Meu estilo tem nuanças
de sol quente e madrugadas.
Tem sonhos, tem esperanças,
tem ilusões malogradas.
Se é certo que a liberdade
me inspira o estilo em cantiga,
não o construo na maldade,
no sangue, nem da formiga.
Pode ser tudo e ser nada
o estilo que não entendo.
Dor, sorriso, alma magoada,
e a tudo isso me rendo...
10.08.76
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