Odalisca Adormecida

Cansei de beber na

taça da solidão

o fel amargo da escravidão!

Adeus desilusão!

No umbigo do mundo

engravidei o coração

Renasci na boca da paixão

Cobri-me com o manto da sedução

Nos finos lençóis de linhos

deixei o corpo em desalinho

Curvei-me diante da cruz da tentação!

Deixei a alma em sofreguidão!

Deitei-me no colo macio da vida

Debulhei as folhas

secas de velhas feridas

Germinei a ilusão!

Entreguei-me aos lascivos desejos

Afoguei-me no mar dos doces beijos

Sobre os febris lampejos

deixei a fantasia voar!

Tirei os pés do chão

dei asas a alucinação

Afaguei a louca emoção

No paraiso fiquei a levitar

Sobre as muralhas da perdição

abrir os braços desta bendita maldição

Despertei a odalisca adormecida

que vivia tão entristecida

pela ausência do seu sultão!

23/11/2004

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Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 10/05/2005
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