CÉU INCENDIADO
CÉU INCENDIADO
Quanto custa emergir da escuridão,
bastião de nossas próprias escolhas?
As pessoas se acostumam com a culpa,
e relutam em examinar suas crenças,
avenças que brotam de oblíquas percepções.
E, no hábito de colecionar lágrimas,
máximas líquidas de sugar as esperanças,
à deriva de veredas racionais,
jazem iguais aos aramados que miram.
Seria próprio reaver as escolhas,
optar por folhas de liberdade
ainda que a iminência dos riscos
viesse a conjugar os medos.
A tarde sem emoção é opaca
e a vida pede um céu incendiado de cor.
Basilina Pereira