CÉU INCENDIADO

CÉU INCENDIADO

Quanto custa emergir da escuridão,

bastião de nossas próprias escolhas?

As pessoas se acostumam com a culpa,

e relutam em examinar suas crenças,

avenças que brotam de oblíquas percepções.

E, no hábito de colecionar lágrimas,

máximas líquidas de sugar as esperanças,

à deriva de veredas racionais,

jazem iguais aos aramados que miram.

Seria próprio reaver as escolhas,

optar por folhas de liberdade

ainda que a iminência dos riscos

viesse a conjugar os medos.

A tarde sem emoção é opaca

e a vida pede um céu incendiado de cor.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 20/05/2009
Código do texto: T1605348