Náufrago sob os castelos de New Orleans
Um mar escuro e agitado tocava a beira da montanha
E no topo, um tenebroso castelo, ofuscado pela névoa
Os raios rasgando o céu e uma chuva desabando em New Orleans
Clubes de Jazz a meia noite, castelos de mendigos sobre a tempestade
Um prato de pérolas aos porcos de New York City, com gravatas e cartolas
Os navios que desafiaram a gigante tempestade, começaram a afundar
Bem na frente do castelo, indo ao escuro fundo do mar
Sorte Americana servindo de consolação à um latino pobre, dentro do seu bote
"Salve-se quem puder", ordena o capitão, nos becos Caribenhos
E a âncora do destino começa a pesar na areia de Madagascar
Chicado, Mississipi e o blues, inundaram o sono do Capitão Português
Imagens na sua cabeça; King Arthur, Elizabeth Queen, Kennedy e Sade
A vida escapando de suas mãos, enquanto tentava manter o ritmo das braçadas
O Caos, a vida, a morte. A tempestade, o castelo. New Orlenas e New York City
Agua que mata a sede, e enche os pulmões de um navio naufragado
Jaz em paz o capitão e seu imediato nas areias da enseada
O vento soprou frio naquele instante, sobre os corpos mortos
E as ondas vinham furiosamente beliscar a praia, visitando cadaveres
No alto o sinistro castelo era a morada de um Drácula moderno
Que bebia sangue, mas também servia uma quantia de Dollar ou Euro
E quando o dia amanheceu na capital do mundo, o sol aqueceu todos os mendigos
O lixo transbordava cafés da manhã, para todos que (não) tivessem sorte
E Drácula repousava na suíte presidencial de um castelo burguês
A falta de sangue nos corpos da enseada, deixara as peles pálidas
E Paris, London, Moscou e Atenas, acordaram sentindo muito frio,
mesmo com o fogo queimando o mundo inteiro. Os moldes de suas próprias sociedades.