Caminhos

Em ruas firmes, o toque marcado das rodas... Das duas rodas...
Luzes e danças... O escaravelho das lembranças soltas...
Um respirar falho... O vento soprando manco, na face do asfalto lento.
Um caminho... Uma estrada paralela às tuas...

Queria o brilho de um farol-guia... Não o avestruz de um olhar baixo... Triste.

E os acordes... Fala-se tanto em contramão... Solidão... Exatidão...
Tu recortas o dia... Em falhas e danos...
Eu recolho os cacos... Sou de outro tamanho...
Um caminho... Uma lança costumeira na minha direção...

Queria o riso que prometeste... Não o soluçar de coisas sem sentido...

Nas rotas... Das montanhas aladas... Nessas que o corpo anuncia...
Eu recorto a brisa... Sou faca afiada... Sou o cortar o frio nas mãos-guias...
E os panos... Aqueles que te cercam... Adornos...
Em pedras ... Pontes... Parede...

Queria um milagre... Não as orações subordinadas escancaradas de "porquês"...


19:03