TÍMIDO
Eu daqui, longe a ter olhar,
Invento uma frase qualquer,
e na mais pura vergonha, digo.
As orações saem mudas, caladas,
Do meu rosto rubro, minha aflição.
Tanto te quero, quanto me afasto,
No calor da cachaça eu sou o belo,
Diante de ti a verdade entristece-me,
Ouço minha alma lamentar:
-O que queres que tanto te maltrata?
Desde cedo, ao luar frio, eu sonho,
Passo ao largo, passo chorando,
Vejo-te longe, e aperta a paixão,
que me explode inteiro o coração,
então declamo uma poesia como desculpa.
Se falta-me a fala, sobra-me a rima,
Se a coragem falha, venham os versos.
O pouco que sou, porque sou poeta,
do que me resta, basta esse amor,
Da minha timidez ergo minha herança.
Eu daqui, longe a ter olhar,
Invento uma frase qualquer,
e na mais pura vergonha, digo.
As orações saem mudas, caladas,
Do meu rosto rubro, minha aflição.
Tanto te quero, quanto me afasto,
No calor da cachaça eu sou o belo,
Diante de ti a verdade entristece-me,
Ouço minha alma lamentar:
-O que queres que tanto te maltrata?
Desde cedo, ao luar frio, eu sonho,
Passo ao largo, passo chorando,
Vejo-te longe, e aperta a paixão,
que me explode inteiro o coração,
então declamo uma poesia como desculpa.
Se falta-me a fala, sobra-me a rima,
Se a coragem falha, venham os versos.
O pouco que sou, porque sou poeta,
do que me resta, basta esse amor,
Da minha timidez ergo minha herança.