O POETA EM SI

Enquanto vela

Me velas.

Enquanto chama

Me chamas.

Defunto obtuso de mim mesmo,

Lacro minha boca cheia de perguntas

Com um silêncio quase eterno.

Há, contudo, um vulcão dentro de mim

Que se torna eruptivo quando tua boca

Toca levianamente este meu silêncio.

E teus beijos impregnados de fogo,

Sob as luzes da vela quase impassível

Vindas da chama quase efêmera,

Ressuscitam os versos que não posso enterrar.