Maio

A tarde ousada avança

São máscaras a se infiltrarem

Na memória de meu ser

Tímida recolho em lágrimas

Galhos secos quase quebrados

De verdes esmaecidos

Mostrando-me sem flores

Em saudades abissais

Com relógio do tempo

Que leva afora meus pedaços.

Sinto toda a tristeza

Prenúncio de olhares

Inquietos perdidos ao longe

No horizonte do céu azul

De Maio que quebra candeias

Sem ruídos sem nada

Pleno de silêncios

De um tempo igual

Ao de tantos mesmices

De outros até a infância.

Iára Pacini

03/05/2009