Ambrosia do Prazer
Na penumbra dos meus gestos
O facho dos teus olhares
Revela meus contornos
Tuas mãos esculpem na imaginação
O toque que emerge incandescente
Ainda que quisesse dizer-te algo
Os teus olhares roubar-me-iam as palavras
Nos meus lábios silêncios consentidos
Indicam-te as compotas dos meus desejos
Para o percurso da tua boca
Minhas roupas em doce aquiescência
Curvam-se rendidas às tuas mãos
A fragrância da minha nudez
De braços estendidos busca
Um melhor ângulo para fotografar
O despir do teu sentir que me anseia
Entre os meus seios
Tua língua feito ambrosia
Degusta arrepios e delírios
Em meu corpo néctares de malícias
Instigam-te todos os sentidos
Soletras-me com a ponta dos dedos
Íntimo traçado que orvalha
Todas as letras que sabem do meu prazer
© Fernanda Guimarães