CAFEZINHO
Que entre o moço,
Que sente no banco,
Que acenda o pito.
Sem se avexar com a simplicidade das paredes,
Sem se avexar com a solidão dos móveis,
Sem se avexar com a quietude das telhas.
Visita é sempre bem-vinda.
Visita desentristece o ser.
Visita traz novidades de além-porta.
Que o moço afrouxe o nó da gravata,
Que o moço espiche a contento as pernas,
Que o moço afaste os olhos do relógio,
Aqui a vida não tem pressa.
Aqui a vida olha de viés o mundo.
Aqui a vida é sem correntes.
Que o moço deguste de manso essa brisa,
Que o moço se apeteça ao todo dessa sombra,
Que o moço se messe na maçã desse cafezinho.