CAFEZINHO

Que entre o moço,

Que sente no banco,

Que acenda o pito.

Sem se avexar com a simplicidade das paredes,

Sem se avexar com a solidão dos móveis,

Sem se avexar com a quietude das telhas.

Visita é sempre bem-vinda.

Visita desentristece o ser.

Visita traz novidades de além-porta.

Que o moço afrouxe o nó da gravata,

Que o moço espiche a contento as pernas,

Que o moço afaste os olhos do relógio,

Aqui a vida não tem pressa.

Aqui a vida olha de viés o mundo.

Aqui a vida é sem correntes.

Que o moço deguste de manso essa brisa,

Que o moço se apeteça ao todo dessa sombra,

Que o moço se messe na maçã desse cafezinho.

Adeblando Alves
Enviado por Adeblando Alves em 09/05/2009
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