NÉCTAR FATAL
Gosto, oh, como gosto,
deixar os seus nervos pelando como gata no cio,
castrar seus passos, minguar seus sonhos,
fazer você se encharcar de tanto suar frio.
de tanto suar frio.
Gosto, oh, como gosto,
Mostrar pra você só caminhos que não levam a nada,
conduzir você de olhos vendados para o peito do vulcão,
enganar suas trincheiras com meus folguedos de menino,
fazer você se afogar no meu néctar fatal,
no meu néctar fatal.
Gosto, oh, como gosto,
De atravessar mundos para acabar com a sua raça,
armar teias só pra esquartejar cada fio da sua pele,
flagrar o seu próximo golpe e deixá-la desmamada, desafinada,
só pra transformar você na minha mais deliciosa presa.
Gosto, oh, como gosto,
No final das contas virar as regras do avesso,
descobrir que posso colocar você na ponta do meu arpão,
até que um dia o seu rei vai beijar meu chão,
a vida fica mais vida num jogo de xadrez.