Relato

Sinto-me passivo

Ao menos relaxado.

Mas de súbito e furtivo

Algo me é falado

Tu sabes o motivo!

Porém permanece calado.

E um pouco interrogativo

Ele sussurra ao meu lado

Você ainda é vivo?

Fico até espantado.

E de fato pensativo

Imagino-me desalmado

O funeral de um homem vivo

Que agora não tem passado.

Excluo-me do passivo

Pois me sinto violado

Do meu coração ativo

O orgulho arrancado.

E agora o corpo vivo

É sem vida, alienado.

Fui preso sem motivo

E lá dentro violentado.

O bandido efetivo

Um policial mal amado.

Surrou-me ao vivo

E alegou ter sido desacatado

O preconceito é o motivo

Que tanto tem me assombrado.

Ykarus
Enviado por Ykarus em 07/04/2009
Código do texto: T1527166
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