NINGUÉM
Quem afinal é essa criatura,
que se fantasia com tantas máscaras,
que dissimula sua loucura
e comenta desse jeito meus versos
como se fosse eu a impura?
Quem afinal é essa criatura,
que habita o anonimato do que eu enfrento,
que se faz de corajosa escondendo-se no vento
e pensa que a mim engana,
expondo-se sem a menor lisura?
Quem afinal é essa criatura,
que tão pouco se importa com a minha realidade,
que mancha os meus escritos com o que pensa ser verdade,
e nada sabe da vida por nada ter assumido,
e tece em palavras vis o que imagina ter vivido?
Quem afinal é essa criatura?
Imagino o quanto se tortura
por ser a cada dia um ninguém.
Quem afinal é essa criatura,
que se fantasia com tantas máscaras,
que dissimula sua loucura
e comenta desse jeito meus versos
como se fosse eu a impura?
Quem afinal é essa criatura,
que habita o anonimato do que eu enfrento,
que se faz de corajosa escondendo-se no vento
e pensa que a mim engana,
expondo-se sem a menor lisura?
Quem afinal é essa criatura,
que tão pouco se importa com a minha realidade,
que mancha os meus escritos com o que pensa ser verdade,
e nada sabe da vida por nada ter assumido,
e tece em palavras vis o que imagina ter vivido?
Quem afinal é essa criatura?
Imagino o quanto se tortura
por ser a cada dia um ninguém.