Sutil
A fé sempre foi maior do que a razão
Porque Deus não cabe num pensamento
Complica toda explicação
É mais fundo que um lamento
Eu sabia, mas não sentia
Até a solidão vir me ensinar
Que não é só de companhia
Que se faz o caminhar
Nos momentos frios e de quietude
Quando eu não esperava respostas
E tinha medo de tomar uma atitude
Temendo que me virassem as costas
Vem a Tua presença invisível, mas certa
Guiar meus passos pelos sinais
Apontando sutilmente a direção correta
E, mesmo na dor, encontro paz
Não sei que timbre tem Tua voz e não posso imaginar
Mas sei o quanto é presente, sinto Teu carinho
Melhor um ser humano não poderia me guiar
Desviando meus passos do desalinho
Não existe uma voz para ser ouvida
Mas há sons, números, nomes e cores
Colocados ali em exata medida
Para dissolver minhas dúvidas e temores
E quem sou para sentir-me tão querida?
Como se meus sonhos importassem
Como se, entre bilhões, valesse também minha vida
Como se minhas fracas preces dourassem
Venho agradecer e pedir perdão
Pois minha fé fraquejará vezes mais
Mas guarde este poema na mão
E me ensine a voltar atrás
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