EVOLUÇÃO
Na policromia das cores,
nas minhas tantas auroras,
nos meus crepúsculos purpurinos
sonho ridentes amores.
Sonho só, muito embora
sejam sonhos pequeninos.
Sonho amores eternos
na efervescência do ser em evolução
colorindo de luz este céu.
Sonho amores tão ternos
que me confrange o coração
este viver incréu.
Nas ondas do lago plácido
feitas por uma pedra atirada;
nas asas das avezinhas
sonho a paz do rosto pálido
sonho a cor iluminada
das utopias...
No silêncio ouço vozes
do passado sussurradas -
os tons, os dons, as queixas...
das hora velozes
a sinfonia apressada
a formar cãs nas madeixas.
Puro canto/encanto de viver
no florir e reflorir do roseiral
do meu canteiro.
...e a minha alma a sorver
em arfos o som sensual
da brisa acariciando o mundo inteiro.
Tânia Martins (Do LIVRO "VELAS" - 2000)