BOA VIAGEM
A tarde,
a praia deserta murmura.
O céu descansa,
a natureza mansa
brinca de ficar parada.
E o tempo, ah...o tempo!
parece definitivamente
ter desistido de existir.
O novo e o velho
quase se tocam.
Ali estão, lado a lado
milagrosamente juntos,
mas eternamente separados.
O poeta sonha,
mergulhado na solidão
da dor que fere e é medonha.
Só a alma da mulher
canta e dança,
na serenidade do mar
que suavemente balança...
E o verde cristalino do oceano
confunde-se com a luz dos olhos
da bela menina.
A criação e a criatura,
na pérola da poesia pura :
amor de minh’alma que não cura !