PERFUME DE MULHER

O poeta observa a flor,

que não observa, distraída, o poeta.

Momento mágico, sublime, a flor encanta o poeta.

Seu jeito é simples, de formas simples,

como simples é a poesia que ele

imagina para a flor, que sorri serenamente,

sem sequer imaginar que compõe,

emudecido, uma canção para ela.

A flor movimenta-se, num suave e ritmado balé

de cores e aromas.

Nesta hora, brilham os olhos do poeta.

Passos tímidos, preocupa-se em não assustar

a magnífica jóia, que é rara,

e que no jardim inteiro, reina única e só.

Podia ser uma orquídea, rainha de todos os jardins.

Talvez uma rosa, mãe e musa de todas os amores.

Sorriso largo, plena de encantamento e vaidosa.

Respira fundo o poeta,

vai ao céu viajando em verso e prosa.

Ah...que maravilha....

faz jus a flor, a sua fama de cheirosa.