Humilde Desejo

E os dois corpos se tocaram

Sentiram-se, um no outro.

No embalo de um som mudo.

Dois corpos no silêncio de uma música envolvente.

As mãos se misturavam entre os cabelos.

Em um toque leve e cheio de desejo.

Não havia olhos nos olhos.

Não havia necessidade.

De olhos fechados o mundo nos parecia melhor.

Parecia não existir mais nada.

Somente dois corpos, um silêncio ensurdecedor, e as mãos se cruzando.

Partiam da cintura e subiam forte e vagarosamente pelas costas.

Dava pra sentir o arrepio subindo também.

E chegando ao êxtase quando aquelas mãos macias tocavam meus cabelos.

Exalava-se um perfume doce e provocante ao mesmo tempo.

Impossível de se encontrar a origem.

E imperceptível ao olfato de qualquer outro corpo.

O suor dos dois corpos criava um circulo de calor em torno deles.

Tornando aquele momento mais único do que nunca.

Corpos que se apertavam um contra o outro.

Um a favor do outro.

E entre aromas, calores, mãos e arrepios, eternizava-se aquele instante.

Tornava-se único, especial.

Eterno.

Yara Barbosa
Enviado por Yara Barbosa em 10/03/2009
Reeditado em 11/03/2009
Código do texto: T1479412