Humilde Desejo
E os dois corpos se tocaram
Sentiram-se, um no outro.
No embalo de um som mudo.
Dois corpos no silêncio de uma música envolvente.
As mãos se misturavam entre os cabelos.
Em um toque leve e cheio de desejo.
Não havia olhos nos olhos.
Não havia necessidade.
De olhos fechados o mundo nos parecia melhor.
Parecia não existir mais nada.
Somente dois corpos, um silêncio ensurdecedor, e as mãos se cruzando.
Partiam da cintura e subiam forte e vagarosamente pelas costas.
Dava pra sentir o arrepio subindo também.
E chegando ao êxtase quando aquelas mãos macias tocavam meus cabelos.
Exalava-se um perfume doce e provocante ao mesmo tempo.
Impossível de se encontrar a origem.
E imperceptível ao olfato de qualquer outro corpo.
O suor dos dois corpos criava um circulo de calor em torno deles.
Tornando aquele momento mais único do que nunca.
Corpos que se apertavam um contra o outro.
Um a favor do outro.
E entre aromas, calores, mãos e arrepios, eternizava-se aquele instante.
Tornava-se único, especial.
Eterno.