Sonhos Mal Desenhados

Nunca quis prometer

Sem poder cumprir,

Mas sonhos mal desenhados

Não resistem ao anoitecer...

São sempre levados

Pelas frias águas do tempo...

A bandeira não resiste,

Destituída,

Encolhe-se ao relento...

As mãos procuram

O caminho dos bolsos ensopados,

Casaco ensopado,

Sapatos ensopados,

Universo inteiro de silêncio...

Sofrer por qualquer razão

Ou por saber que

Os sonhos naufragaram

Por não serem verdadeiros...

Engolir seco minha

Minha cínica paz...

Encolher-me ao canto

A cada amanhecer

Por saber que o dia

Não pode mais nascer pra mim...