NÃO SEI COMO ACONTECEU...

Não sei como aconteceu…

Se fui eu que no silêncio me envolvi,

se foi ele que, mansamente, me envolveu…

Como num encontro de amor…

ignoro qual de nós, primeiro se prendeu,

se, por ter dores demais p´ra gritar, fui eu,

se foi ele, p´ra controlar minha dor…

Mas nele me abriguei e protegi…

E como quem não ouve, raramente fala

e também tranquilamente se cala,

nem com palavras, sequer, alguém eu feri…

Palavras ficaram por dizer…

E outras tantas, ou talvez mais, por ouvir

porque o silêncio é algoz quando se faz sentir…

E ainda por ele, coisas ficaram por fazer…

Não sei como aconteceu…

O silêncio continua inserto na minha pele

e eu… envolta no seu diáfano véu!