ANIMAL PRISIONEIRO
Animal contido em sua força
Em seu grito e seu riso
Amordaçado
Queda-se flácido, passivo
Domesticado
Esquecido do que é
E do que sente
Sorri entre dentes
Simpático, alienado
Preso às correntes
Quando a pálida memória
Esvanecida
Em surtos repentinos o acomete
Ele se debate em agonia
Depois esquece
Morre assim um pouco, todo dia
Pois que a vida aprisionada
Em grilhões, fenece
Alma sem expressão
É semente que não floresce.