Apenas olhe-me

Olhe-me apenas

Não com pena

Olhe-me , amena,

Com desejo

E com amor supremo.

Olhe-me como os olhos do poeta,

Com as vestes da noite

E os anseios da madrugada.

Olhe-me como olhas a lua,

Em êxtase, rememorando

A saudade.

Olhe-me, não como um rebelde sem causa,

Olhe-me com casa, sem descaso.

Olhe-me com o coração

E desnude a minh’alma .

Olhe-me nos olhos,

Não desvie a rota,

o barulho lá fora, não importa.

Olhe-me nas pausas do silêncio,

Na melodia que toca

e no vento que te toca.

Olhe-me

Pela primeira vez,

Sem dor

E se, ainda assim, não conseguires ver-me

Então ... foi o teu olhar

Que desbotou.

FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 30/01/2009
Código do texto: T1412943
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