Apenas olhe-me
Olhe-me apenas
Não com pena
Olhe-me , amena,
Com desejo
E com amor supremo.
Olhe-me como os olhos do poeta,
Com as vestes da noite
E os anseios da madrugada.
Olhe-me como olhas a lua,
Em êxtase, rememorando
A saudade.
Olhe-me, não como um rebelde sem causa,
Olhe-me com casa, sem descaso.
Olhe-me com o coração
E desnude a minh’alma .
Olhe-me nos olhos,
Não desvie a rota,
o barulho lá fora, não importa.
Olhe-me nas pausas do silêncio,
Na melodia que toca
e no vento que te toca.
Olhe-me
Pela primeira vez,
Sem dor
E se, ainda assim, não conseguires ver-me
Então ... foi o teu olhar
Que desbotou.